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As Maravilhas da Ocitocina e do Contato Pele a Pele

As Maravilhas da Ocitocina e do Contato Pele a Pele

 Por: Priscila Brasco*

A ocitocina é o principal hormônio responsável pelo parto em mamíferos. É ela quem promove as contrações uterinas que provocam a dilatação do colo uterino e a descida do bebê no canal da pelve feminina. Ela também é conhecida como o hormônio de ligação, do amor, do vínculo, preparando o cérebro da mãe para cuidar de um novo bebê. Com sua liberação, as mães ficam menos ansiosas e mais sociáveis para se relacionar com eles.

O hormônio é liberado na circulação sanguínea através do prazer, durante o orgasmo, tanto feminino quanto masculino, produzindo um efeito calmante e ansiolítico, além de diminuir o cortisol (outro hormônio bem relevante durante a gestação) e reduzir a pressão sanguínea. Além disto, muito do prazer descrito pelas mulheres após o parto está relacionado à cascata de hormônios como endorfina e adrenalina, que são produzidos de forma integrada à ocitocina, numa espécie de dança fisiológica, onde qualquer interferência exógena (de fora do corpo) pode afetar sua perfeição.

A ocitocina materna liberada durante o nascimento, passa uma informação para o cérebro fetal “parar”, dar um pequeno pause. Esta mudança de atividade neuronal diminui a possibilidade de acontecer a hipóxia neonatal, que é a privação de oxigênio no cérebro do feto, protegendo o tecido cerebral durante o parto e evitando consequências negativas no desenvolvimento saudável do bebê. O aumento da ocitocina durante o trabalho de parto também ajuda a regular a sincronização dos neurônios do hipocampo fetal preservando essa parte do cérebro, a qual tem grande influência na memória e nas emoções.

Ouvir o bebê chorar, ver uma foto ou mesmo só pensar nele pode resultar na descida do leite, devido a liberação de ocitocina. Por isso ela está diretamente relacionada à amamentação também. O aleitamento exclusivo está associado a níveis mais elevados deste hormônio. Uma mãe que está produzindo muita ocitocina pela amamentação é capaz de afetar, inclusive, outras pessoas no seu entorno, tendo efeito calmante em todos ao seu redor.

Como o nosso toque ativa a liberação de ocitocina, o contato pele a pele é importantíssimo para o estabelecimento do vínculo inicial entre a mãe e o bebê que acabaram de nascer. Como já mencionado, ela influencia na amamentação e na interação da díade mãe-bebê, mudando o cérebro dos dois, principalmente durante os primeiros anos de vida do bebê.

Imediatamente após o parto, há um aumento significativo nos níveis de ocitocina, tanto nas mães quanto nos bebês. Ter o contato pele a pele assim que sai do útero da mãe e encontra o mundo externo é o antídoto contra o estresse de nascer para o seu bebê, já que ele mudou de casa de repente. A temperatura do recém-nascido aumenta no pós-parto e é mantida através deste contato.

Na minha prática profissional, enquanto psicóloga perinatal, escuto o tempo todo (além de ter vivido isso com meu filho e filha) o relato de diversas mães comentando sobre o efeito calmante nos bebês, trazido por este momento. Muitas mães falam sobre a dificuldade que estavam tendo para cessar um choro contínuo dos seus bebês e percebem a diferença e a interrupção imediata quando os colocam direto sob sua pele. Parece mágica.

Os pais também podem desempenhar papel importante no pele a pele. Ele funciona da mesma forma do que com a mãe, inclusive no pós-parto imediato, quando ela está impossibilitada de fazê-lo por alguma intercorrência ocorrida durante o parto. O app do GentleBirth também pode ser um excelente indutor para a produção deste hormônio, o qual tende a ser estimulado através das meditações, afirmações positivas e hipnoses. A prática de escuta diária de tais técnicas facilita o relaxamento e a sensação de bem-estar, intimamente relacionadas à produção da ocitocina.

* Priscila Brasco é mãe do Pietro e da Joanna, mora em Porto Alegre (RS). É Psicóloga Perinatal e Parental, Mestra em Psicologia e Saúde e Instrutora GentleBirth. Seu perfil no Instagram é @priscilabrasco_psicoperinatal

Hackeando hormônios no parto, no pós-parto e na vida

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"É bom, o quê, Lilian?" Respondi: "É bom parir!"

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