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Tudo e um pouco mais sobre preparação mental para o parto, gestação, puerpério e parentalidade.

Desconstrua sofrimento e construa uma experiência positiva de parto

Desconstrua sofrimento e construa uma experiência positiva de parto

Maria Eduarda Bertocco*

Parto não deveria ser sinônimo de sofrimento. Construímos o medo do parto durante toda a nossa vida. Cenas de novelas e filmes que assistimos, histórias absurdas que ouvimos, livros irreais que lemos, tudo que nos parece indefeso, sem potencial de nos causar danos futuros, constrói a nossa concepção do que é um parto. Os efeitos dessa construção aparecem em uma possível gestação: o medo paralisante do parto e a certeza de que a cesariana é sempre a melhor opção – ou a única. Parece que o parto está dado, que não demanda preparação, tampouco algum estudo. Quando os dois risquinhos surgem no teste de farmácia, os primeiros pensamentos envolvem o futuro, o sexo do bebê, a profissão, o tema do quartinho, onde fazer o enxoval. O mais importante fica, então, esquecido: é preciso preparo para parir. Um bebê advindo de um nascimento respeitoso já tem muito do que precisa para viver bem e feliz e uma mulher que tem a chance de viver um parto positivo tem a sua maternidade moldada pelo resto de sua vida. 

A ideia de um parto positivo é tão pouco difundida que parece utópica, só mais uma das tantas teorias inalcançáveis que vagam por aí. Mas ela não é. Ainda que não seja lucrativo permitir que mulheres acreditem que podem parir sem sofrimento, elas podem. E devem. O resgate do fisiológico é urgente e esse ainda é um conhecimento que não chega tão fácil quanto as cenas clássicas da obstetrícia intervencionista e cesarista. É preciso buscá-lo, mergulhar nesse universo de uma medicina atualizada e baseada em evidências, capaz de reconhecer os benefícios de fazer do parto o que ele nunca deveria ter deixado de ser: um processo natural. E se é natural, não é sofrimento. A fisiologia nunca gera processos naturais insuportáveis. Acreditar que o corpo da mulher causaria a ela um sofrimento maior do que ela pode suportar é desconfiar de todos os mecanismos envolvidos no processo do nascimento, intrínsecos ao seu corpo. 

Mais uma vez, permitir que as mulheres acreditem nisso não é lucrativo. O parto para ser natural demanda tempo, paciência e pouquíssimas intervenções. Quando uma mulher realmente acredita que é capaz de parir e que as dores reais são suportáveis, muita coisa lucrativa se perde. A cesariana eletiva não ocupa finais de semana ou feriados, tem horário de começo e fim, demanda o uso de muitos remédios e de maior tempo de internação e necessidade de UTIs. O parto natural é natural. Ele, muitas vezes, acontece sem que dê tempo sequer de chegar ao hospital. Quando não, os métodos não-farmacológicos existem para ser suporte e, ainda que a obstetrícia obsoleta e gananciosa tente descredibilizá-los, eles são comprovadamente eficazes. E baratos. E com um mínimo de contraindicações e efeitos colaterais. Há uma extensa lista de opções além da tão conhecida e utilizada anestesia peridural.

Com suporte, é possível

Com suporte e preparação, um parto positivo é possível, ainda que o objetivo de ser natural não seja alcançado por alguma intercorrência de percurso. A mente, tão cheia de construções erradas a respeito do parto, precisa ser treinada para acreditar nos opostos tanto quanto o corpo. O mindfulness, a hipnose e a psicoterapia são ótimos instrumentos para o exercício dessa desconstrução. É preciso abandonar a crença na relação entre parto e sofrimento para que o parto realmente não seja um sofrimento. O cérebro da mulher precisa ser treinado para se reestruturar, fazendo com que ela confie no próprio corpo e em seus processos. É preciso buscar conhecimento científico de verdade, livre de interesses. O parto positivo acontece quando se está preparada para ele, sem preconceitos, sem medos e com vontade e coragem de se entregar ao processo e protagoniza-lo. 

Com suporte e preparação, o parto é cura. Ele transforma, reconecta, cria um vínculo indestrutível entre os protagonistas do processo, proporciona uma maternidade regada a coragem, respeito e amor, tal qual o nascimento. Os benefícios estão longe de serem apenas físicos. E eles são incontáveis e comprovados cientificamente, como sempre deveria ser. A orquestra hormonal envolvida em um parto respeitoso e com a devida preparação da mulher faz o seu trabalho com perfeição: a endorfina anestesia enquanto a prostaglandina amadurece o colo; a ocitocina advinda do tão benéfico contato pele a pele, contrai o útero materno e reduz a chance de hemorragias; a prolactina propicia ao bebê o colostro, a sua primeira proteção imunológica.

Os benefícios do respeito ao fisiológico não se esgotam: o imprinting cria um laço que jamais se desfaz, o clampeamento tardio de cordão devolve ao bebê o sangue que lhe pertence e que um dia pode lhe faltar, a golden hour proporciona a termorregulação do bebê, a liberdade de escolha da posição no expulsivo proporciona um protagonismo fortalecedor e reduz as chances de lacerações de períneo, o uso de métodos não-farmacológicos de alívio da dor reduz a necessidade de anestesias que aumentam a chance de parto instrumental e cesariana. A lista é tão extensa que seria preciso muito tempo para citá-la por completo. 

O parto hoje

Hoje o parto normal não é o normal. No Brasil, as cesarianas chegam à marca de 95% em alguns hospitais, quando o aceitável é 15%, casos em que a cesariana é realmente necessária para salvar vidas de mães e bebês. Entretanto, com estudo e preparação física e mental, ele é possível. Muito mais possível do que querem que as mulheres acreditem que ele é.

Mulheres precisam confiar em seus corpos porque eles sabem parir. Os bebês sabem nascer. O processo é trabalhoso, exige paciência e resiliência emocional. A dor do parto é o caminho para um fim desejado e esperado e, quando se compreende que ela é parte do processo, o sofrimento deixa de ter vez e permite que os bons sentimentos ocupem todos os espaços. Parto positivo parece utópico, mas com preparação e conhecimento ele definitivamente não é.

O GentleBirth entra nessa história para somar. Com um método inovador de educação perinatal e preparação mental para o parto, mune a mulher e o seu acompanhante com ferramentas que funcionam como suporte durante a gestação, parto e pós-parto. O aplicativo auxilia nos treinos diários de mindfulness, hipnose, afirmações positivas, visualizações e respiração, ferramentas essenciais para controle da ansiedade na gestação e que no momento do parto funcionam como métodos não-farmacológicos de alívio da dor.

O Workshop para casais oferecido por instrutoras GentleBirth, por sua vez, funciona como um guia para todas essas práticas, aumentando os seus benefícios e proporcionando a construção de conhecimento acerca de aspectos fisiológicos e psicológicos envolvidos na gestação, parto e pós-parto. Assim, a mulher tem em mãos duas armas poderosas para lutar pelo seu parto positivo: conhecimento real (baseado em evidências e livre de interesses) e treinamento mental para lidar da melhor forma com o processo. 

*Maria Eduarda Bertocco tem 21 anos, é estudante de Psicologia, escritora, doula, educadora perinatal e instrutora GentleBirth, apaixonada pelo universo da maternidade e do parto positivo.


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