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Tudo e um pouco mais sobre preparação mental para o parto, gestação, puerpério e parentalidade.

"É bom, o quê, Lilian?" Respondi: "É bom parir!"

"É bom, o quê, Lilian?" Respondi: "É bom parir!"

Por: Lilian Rocha*

Meu sonho como enfermeira, Referência Técnica de Saúde da Mulher na Prefeitura de Belo Horizonte, sempre foi a vivência de um parto respeitoso e nos moldes do que as evidências científicas apontam como saudável ao binômio "mãe-bebê".

Engravidei no início da pandemia do COVID-19 em Belo Horizonte e muitas coisas começaram a passar em minha cabeça. Muitos planos não realizados e um novo estilo de vida foi necessário adotar, não só por mim, mas por milhares de pessoas no enfrentamento dessa época. Meu sonho como Lilian, mulher e agora gestante, continuou o mesmo já relatado, mas somado a ele o desejo de uma experiência linda, de vínculo forte e que trouxesse esperança à nossa família em meio um tempo de medo e incertezas.

Eu estava grávida e sentia que Deus manifestava vida em meio caos. E como Deus sempre faz tudo perfeito, tive a oportunidade de conhecer a Dilma, enfermeira obstetra do grupo que escolhi para me assistirem durante a gestação e parto. E fui convidada a participar do Workshop da Gentlebirth, a qual ela é facilitadora.

Que bênção! Minha gestação nunca mais foi a mesma depois de conhecer as ferramentas da GentleBirth. Fui apresentada ao aplicativo e participei dos encontros virtuais do Workshop que orientaram ainda mais o uso das ferramentas. Aprendi a ficar "calma, confiante e no controle" enquanto me preparava à luz do conhecimento GentleBirth para meu parto "suave e tranquilo".

Aprendi que meu corpo produziria ondas, como as do mar, gentis, atingindo um pico de altura que evidencia sua beleza e depois quebra na praia, aproximando cada vez mais a minha bebê de mim. Aprendi que a respiração lenta e relaxante me ajudaria a navegar pelas ondas quantas vezes fosse necessário. Aprendi que "o meu bebê tem o tamanho perfeito para o meu corpo" e eu poderia visualizá-la "na posição perfeita, com a cabeça voltada para baixo" para um "parto suave e tranquilo". E tantas outras coisas aprendi: hackear hormônios, preparar minha "capa" de super-heroína, fazer boas vizualizações do momento do parto, acreditar em mim e acreditar na perfeição do meu corpo e da minha bebê.

O dia dezoito de setembro de dois mil e vinte chegou, era, exatamente, a minha Data Provável do Parto. Às 03:40 senti uma leve cólica e um liquido escorrendo suavemente pelas pernas. Levantei para ir ao banheiro e meu coração se encheu de alegria, pois a minha bolsa havia se rompido. Fiz contato com a equipe e fui orientada a tomar um banho, relaxar e descansar. Mas minha bebê já estava bem descansada, ela estava pronta para entrar em atividade e me convidou a mergulhar nas ondas com ela.

Sentia cada formação, ainda inespecíficas, mas que foram se intensificando. Eu só ouvia a doce voz do aplicativo que me reforçava mentalmente "eu estou calma, confiante e no controle". Às 06:30 o "mar estava agitado", eram muitas ondas se formando e nós duas navegando por elas. Uma das enfermeiras obstetras do grupo chegou em minha casa e eu já estava com 5 cm de dilatação. Que alegria! Estávamos a caminho da praia!

Fui acompanhada em casa com massagens e banhos quentinhos no chuveiro. Eu sabia identificar a formação de cada onda e não me assustava com elas. Era só respirar e relaxar, lembrar que, por um minuto, eu era capaz de suportar qualquer coisa!

Uma amiga pessoal, também enfermeira obstetra, veio ficar um pouco comigo em casa também. E eu ouvia as duas profissionais comentando, modéstia a parte, em tom admirável: "ela tem um controle de respiração muito bom". E elas falavam comigo "você está indo muito bem", "é difícil ver mulheres com controle como o seu"... Uau! Elas trouxeram minha "capa" e estava na hora de vesti-la!

Às 10:50 "entrei na partolândia", como Dilma sempre disse no Workshop. Eu cheguei aos 7 cm de dilatação e a maternidade estava há mais de 15 km da minha casa. Tudo estava pronto! Eu estava pronta! Só passei meu batom cor-de-rosa e saí! Tinha tudo o que precisava: minhas ondas em franca atividade, meu esposo tão cuidadoso, minha amiga confortadora e a enfermeira obstetra me reforçando em segurança.

No trajeto eu só fazia as respirações do aplicativo e visualizações maravilhosas do meu parto. As ondas eram intensas, traziam desconforto, mas a minha mente sabia que tudo estava no controle e eu só precisava ter calma e confiança.

Era 12:10 e já estávamos na maternidade. Entre as burocracias de carteirinhas, documentos e vagas de quartos, eu só queria um cantinho privado para agachar e parir. A essa altura eu já havia sido acolhida pela doce obstetra que me acompanhou desde o pré-natal e ela me informou dos 9 cm que eu havia atingido.

Ninguém controla o mar! Só Deus... Quando cheguei no quarto, encontrei o que sempre afirmei há 7 anos como posição de parto ideal para mim: o banquinho! Ele estava lá, debaixo da ducha quentinha que foi carinhosamente segurada pela enfermeira obstetra enquanto eu paria. Eu não precisei de mais nada! Minha cena de parto estava perfeita: eu e minha bebê fazendo um excelente trabalho; meu esposo com os olhos fixos aos meus e sua forte mão segurada à minha; nossa playlist tocando as músicas que curtimos juntos em momentos especiais; uma grande amiga registrando com fotografias os detalhes; a obstetra gentil e amparadora; a enfermeira obstetra discreta e carinhosa; meu batom cor-de-rosa; o banquinho, e o chuveiro. Sem dúvida, Deus estava presente ali conosco presenciando a perfeição da criação que Ele mesmo fez.

Nessa hora eram muitos elogios dispensados ao meu controle do trabalho de parto e o sorriso que não saía da boca. Eu agradecia, louvava a Deus por essa bênção e pensava: "como foi incrível conhecer a Dilma e o GentleBirth". Entre ondas e puxos, lembranças dos ensaios de parto e hipnoses eu ouvi: "abre a boca, Lilian, pode gritar!". Eu nem lembrei de gritar! Meu trabalho de parto era mental, mas foi libertador "dar um berro"!

E por fim, às 13:04, veio uma grande onda, de pico glorioso, corpo vigoroso e uma quebra na praia merecida de aplausos! Era minha pequena Laura sendo entregue aos meus braços e todo desconforto havia cessado. Eu sorri, chorei, agarrei minha filha, beijei meu esposo e suspirei: "É bom né?!". E toda a equipe que assistia perguntou: "É bom, o quê, Lilian?" Respondi: "É bom parir!". Não tenho palavras para agradecer a perfeita e maravilhosa experiência de parto que Deus me proporcionou através do apoio da equipe que me assistiu desde o pré-natal, e em especial, a porta que o GentleBirth abriu para um mundo maravilhoso do parto.

E assim sigo para a vida, pois "eu estou calma, confiante e no controle".

Nota do blog: Pode chorar de emoção? Pode sim! Esse relato nos chegou por meio da Dilma Sousa e Silva, Enfermeira Obstetra no Hospital Sofia Feldman , participante do Partejarbh e Instrutora GentleBirth. Foi escrito pela Lilian e apenas os grifos são nossos por total empolgação de leitura. Relatos de parto são narrativas fortes, têm a ver com nosso ser subjetivo, com um momento muito particular e íntimo. Estamos muito agradecidas à Dilma e à Lilian por essa riqueza dividida conosco. Seja bem-vinda Laura! Afinal, o mundo é bom.

* Lilian Rocha é mãe de Laura, esposa do Filipe e humana do Jack, além de enfermeira e de se expressar lindamente pela escrita! Você encontra a Lilian no perfil @lilisouzarocha e a Dilma – que oferece Workshop GentleBirth em BH – no @dilma9443

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