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Tudo e um pouco mais sobre preparação mental para o parto, gestação, puerpério e parentalidade.

Autocompaixão é vida!

Autocompaixão é vida!

Alline Matricardi*

Vivemos a era de uma sociedade consumista e perfeccionista que exige que sejamos sempre os melhores, os mais espertos, os mais fortes e os mais inteligentes, donos das maiores e melhores posses, sem erros, sem defeitos, sem a possibilidade de falhar. Essa cobrança maciça vem de todos os lados: escola, trabalho, comércio, estética, relacionamentos... Um ideal de perfeição inatingível que se fortalece ainda mais atualmente com a influência massiva das redes sociais. O mundo virtual, com seus recortes e edição do real, criam um palco (ainda que ilusório) da beleza e perfeição onde todos querem a sua vez de dançar e se apresentar.  

E é em meio a este cenário que ser mãe e pai se torna um desafio gigantesco hoje em dia. Pais e mães se tornam muito exigentes, duros consigo mesmos, se cobrando e se auto exigindo um nível de perfeição quase impossível de se alcançar. 

Toda essa exigência e cobrança internas só dificultam ainda mais a missão já desafiadora de suprir as necessidades de um novo ser, totalmente dependente deles, gerando muitas vezes uma bola de neve de medo, angústia, tristeza, frustração e sensação de incapacidade e fracasso. 

Frequentemente frente às situações estressantes da vida nos tornamos nossos piores inimigos e dizemos coisas para nós mesmos que não teríamos coragem de falar para outras pessoas, a famosa autocrítica toma conta nesses momentos.  Lançamos mão desse terrível recurso por acreditar que nos punindo melhoramos nosso desempenho e motivação. Infelizmente é exatamente o contrário que acontece! Pesquisas mostram que a autocrítica prejudica a nossa motivação pois libera uma grande quantidade de cortisol no organismo, gerando altos níveis de estresse e muitas vezes, consequentemente levando à depressão.

Mas será que existe um caminho possível que seja mais leve e saudável? Sim! Exatamente o caminho oposto: o caminho da autocompaixão. 

Estudos revelam que a Autocompaixão está fortemente relacionada com bons níveis de bem estar mental, levando a menos depressão, ansiedade, estresse e perfeccionismo e mais estados positivos de felicidade e satisfação com a vida, bem como maior motivação, auto responsabilidade, escolhas de estilo de vida mais saudável e melhores relações interpessoais.

Através da autocompaixão somos lembrados de que a falha, o erro, o imperfeito são uma experiência humana comum! “Errar é humano” – já dizia um velho ditado tão assertivo. Reconhecer que o erro faz parte da experiência humana e que tudo bem errar, reconhecer o erro e se “abraçar” no momento em que isso ocorre, torna a vivência das experiências, ainda que desafiadoras, muito mais leve.

Ter autocompaixão significa nos relacionarmos conosco mesmos com bondade e gentileza; é acolhermos a nós mesmos com toda a nossa humanidade e imperfeição; nos abraçarmos em meio às dificuldades como faríamos com um amigo que nos procurasse num momento delicado e tenso? Oferecemos a ele críticas e cobranças, ou compreensão, empatia e incentivo? 

Eu infelizmente tenho o hábito de me oferecer a primeira opção: me exigir, me cobrar, me autocriticar. Faço isso sem me dar conta do quão cruel costumo ser comigo mesma... Mas hoje ao desabafar com uma pessoa especial (obrigada Monalisa!), ela me ajudou a traduzir em palavras o que tenho vivido e sentido nos últimos meses diante dessa situação de Pandemia: um puerpério forçado! As sensações inclusive se assemelham muito à vivência de um. Só quem já conheceu um puerpério de perto entende realmente o que ele significa, bem como são as dores e desafios que esse período nos traz. Felizmente essa pessoa especial também me lembrou de ser paciente comigo mesma, com o meu momento de vida, de ter autocompaixão e me acolher com muito amor e carinho, assim como ela fez comigo hoje.

Dessa linda experiência nasceu esse texto (que estava de rosca há mais de mês pra sair, confesso!). Espero que ele também possa te ajudar a se lembrar de se amar, se abraçar, se acolher e ser muito paciente consigo mesma, com seu momento. Por experiência própria posso dizer: autocompaixão é vida! Vale à pena experimentar!

*Alline Matricardi é mãe, doula, consultora de aleitamento e pré-certificada GentleBirth. Você encontra a Alline no Instagram @allinematricardidoula

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