O GentleBirth na Amamentação
Por: Andréia Stankiewicz*
Muitos casais se preparam ativamente para conquistar um parto positivo: buscam informações, indicações de profissionais/rede de apoio, grupos de gestantes e todas as ferramentas que possam auxiliá-los no nascimento do seu esperado bebê, como as que as oficinas, instrutoras e o aplicativo GentleBirth tão bem oferecem. É inegável que a maior preocupação das mulheres durante a gestação é com o momento do parto. Contudo, assim que o parto termina, uma nova fase se inicia. E esta, muitas vezes, costuma ser relegada a segundo plano na lista de prioridades ao longo da gestação.
O que você já ouviu falar sobre amamentação ao longo da sua vida? Que ela é natural e instintiva? Que é fácil? Que é muito difícil? Que dói? Que algumas mulheres talvez não tenham leite ou que a quantidade pode não ser suficiente para nutrirem adequadamente seus bebês? Que se o bebê chora, é porque está com fome e tudo bem oferecer uma chupeta ou mamadeira para acalmá-lo? Você mesma, sabe se foi amamentada (por quanto tempo)? Como foi a sua história de amamentação?
Antigamente, era orientado às gestantes que preparassem a mama para o aleitamento materno, esfregando a aréola com toalha ou bucha, manipulando o mamilo para formar o bico, tomando sol ou outras dicas pouco úteis e até potencialmente prejudiciais. Hoje se sabe que, fisiologicamente, o próprio corpo da mulher promove as transformações necessárias durante a gravidez e o parto: escurecendo a aréola para facilitar a localização e a pega; secretando uma substância através de glândulas sebáceas, chamadas de tubérculos de Montgomery, que hidrata e protege o peito contra fissuras; com a orquestra hormonal desencadeada pelo trabalho de parto que culmina na ejeção de colostro a partir da ocitocina e com o início da ação da prolactina, responsável pela produção de leite, após a saída da placenta; e que, se o bebê estiver saudável e for mantido em contato pele a pele, ininterruptamente na primeira hora após o nascimento, ele ativa um reflexo – o breast crawl – que o leva a rastejar sobre o abdômen da mãe, localizar a aréola e abocanhar a mama, realizando com sucesso sua primeira mamada.
A principal preparação para a amamentação durante a gestação, portanto, é mental. O casal precisa buscar informações baseadas em evidências, rede de apoio, grupos de pós-parto e profissionais que ofereçam suporte à amamentação tanto quanto buscam para o parto. Mas não só, também as estratégias do GentleBirth para a gestação e parto podem e devem ser usadas para uma experiência mais positiva de amamentação.
Faz toda a diferença que você, bem como seus familiares e rede de apoio mais próxima, saibam o que esperar de um bebê recém-nascido. Compreender o significado do choro e formas de acalmar naturalmente um bebê. Adicionar às suas preferências para o parto informações que impeçam a adoção de protocolos defasados e indicações equivocadas que atrapalhem o estabelecimento inicial da amamentação na maternidade, como a oferta indiscriminada de complementos. Aprender sobre a livre demanda, importância do colo e fase de exterogestação, possíveis posições, pega correta, apojadura, a evolução das mamadas, capacidade gástrica do bebê, volume de leite nos primeiros dias, como identificar os sinais de fome e saciedade e também como lidar com possíveis dificuldades que possam surgir.
Mais do que tudo isso, aplicar as técnicas que você aprendeu com o GentleBirth (mindfulness, hipnose, afirmações, psicologia esportiva e TCC) na amamentação, podem ser determinantes para uma experiência positiva, prazerosa e bem sucedida. A metodologia GentleBirth ajuda a formar novas conexões, reestruturar o cérebro, ajustar expectativas e crenças, manter o foco e ajudar na regulação emocional dos novos pais para encarar a amamentação e a parentalidade como um novo desafio, com curiosidade, alegria e doses extras de entusiasmo!
“Calma, confiante e no controle.”
