Logo (Blue on White)RGB_rgb_600_151.png

Olá!

Bem-vinda ao nosso blog!

Tudo e um pouco mais sobre preparação mental para o parto, gestação, puerpério e parentalidade.

O Parto Normal e o choque com a Realidade

O Parto Normal e o choque com a Realidade

* Anne Caroline da Silva Santos

Parto Natural mesmo após uma cesárea: esse é o tão desejado sonho de muitas famílias que passaram por uma cirurgia na gestação anterior. Especialmente no caso de uma cesárea sem explicação, sem a troca de informação bilateral, uma sentença unidirecional, sem levar em consideração a singularização do cuidado, às necessidades individuais das mulheres e de sua famílias, suas escolhas e sua autonomia de decidir o que fazer com seu próprio corpo e seu próprio parto. 

Seria possível, este tal VBAC? Conseguir diante de um universo obstétrico tão autoritário e devastador?  É evidente que os valores de nossa sociedade influenciam no modo de enxergar o parto, vivemos em tempos tecnológicos, onde horas e minutos valem muito, o tempo corre, foge rapidamente, tendo que responder assim, às necessidades afoitas do profissional que lhe atende. 

Dizem “ As mulheres pedem cesárea ". Atualmente se insiste muito mais em conscientizar as mulheres com o risco de um parto normal após cesárea, sem fazer a mesma coisa no que diz respeito aos próprios riscos da cesárea. Há cada vez mais, medo do parto e menos confiança na capacidade das mulheres em trazer seu bebê ao mundo, existe uma hegemonia médica obstétrica que impõem um determinado modelo concebido em teorias antigas e práticas de conveniência, que mesmo munidas de informações, as mulheres e suas famílias se sentem despreparadas para enfrentar e lutar, sozinhas, por um parto normal. 

Por toda a parte há a emergência, tão súbita quanto suspeita de um discurso sobre a “escolha das mulheres”, afinal, onde está esta escolha quando se recusa uma cesárea, e mesmo assim é realizada uma episiotomia, um fórceps ou intervenções sem indicações clínicas a que são submetidas?.

De acordo com Alphia Possami-Inesedy “As mulheres grávidas são objetos de supervisão não só de profissionais da saúde como também dos que a cercam.” É de conhecimento, desde o século passado, que o parto normal após cesárea constitui um evento seguro e que o risco específico é o de ruptura uterina ( um risco muito baixo), o qual uma nova cesárea mesmo que agendada, não o impediria de ocorrer, pois uma ruptura uterina pode ocorrer antes mesmo do trabalho de parto!

“As mulheres grávidas são objetos de supervisão não só de profissionais da saúde como também dos que a cercam.”
— Alphia Possami-Inesedy

Há vários anos, como dito anteriormente, se destaca os riscos de um parto normal após cesárea, mas pouco se fala sobre os perigos de uma cesárea de repetição. E que se trata de uma operação, apresentando assim, todos os riscos inerentes a qualquer cirurgia de grande porte. Ao contrário do que muitas vezes é divulgado, a cesárea de repetição não constitui uma solução inerente a riscos, e não promove resultados melhores para o binômio mâe-bebê.

As sequelas de uma cesárea podem se repercutir às próximas gestações, diversas pesquisas destacam a importância de se evitar cesáreas sem reais indicações devido alto risco de histerectomia, transfusão de sangue, riscos para as gestações futuras como os ferimentos ligados a aderências (que aumentam a cada cesárea), aumento do número de morte materna, surgem efeitos no âmbito da amamentação com o retardo da descida do leite materno. Oferece também riscos à saúde do bebê, como associação a problemas respiratórios, prematuridade, admissão em unidade de cuidados intensivos, além de impacto psicológico para os pequenos; Segundo a psicanalista francesa  Myriam Szejer, é importante não forçar o nascimento, não desencadeando o parto nem programando uma cesárea, pois “ee estivermos dispostos a escutá-los, vários recém-nascidos, manifestam de imediato suas dificuldades em aceitar um nascimento vivido como violento. Se mostram dolorosos, tristes e chorosos."

E agora, mesmo com tais informações, como saber, como preparar, como encontrar profissionais que irão ajudar nesta jornada de um parto normal após uma cesárea?

Bem, neste universo, às vezes temos que escolher quem lutará as batalhas ao nosso lado, o parir pertence à mulher e apenas à ela. É uma decisão que independe de equipe, é uma decisão que a única meta é: não se deixar abandonar nas mãos de ninguém. O mais importante é a informação, os questionamentos, e tomar a coragem necessária para aceitar o que vocês merecem!. Um parto e um nascimento respeitoso, assim como foi sonhado desde o ínicio! 

Os limitadores estão em toda a parte, são cenários diversos que preenchem a mente das gestantes e de suas famílias, como o medo, a impotência e a ansiedade, desacreditando de seus valores, poderes, crenças tomando o que tudo um dia em seu pré natal, foi construído. Mas como ultrapassar esses limitadores? Este é trabalho desenvolvido pelo GentleBirth. 

Por mais de uma década o objetivo é promover partos e experiências positivas, pois acreditamos que a forma como a mulher conduz o parto está intimamente ligada a como ela conduz sua própria mente. 

Hoje diante deste universo descrito, entende-se que o essencial é a força, a autoconfiança de saber que se é capaz, saber quais pensamentos devemos escolher. O estar presente, o não abrir a porta para o medo, confiar em si e se blindar de profissionais e crenças limitantes. 

Tudo isso é uma construção trabalhada no GentleBirth e sim, é possível!

A sociedade e a mídia tendem a ilustrar o nascimento como um evento traumático, doloroso e até mesmo, perigoso e aversivo. O que gera uma grande tormenta mental para as mulheres e famílias, afinal, sabe-se que é o cérebro que decide quais sinais indicam perigo ou não.  E ultimamente um parto normal, principalmente após uma cesárea, não é uma mensagem passada como algo benéfico. 

De acordo com Tracy Donegan, midwife irlandesa, criadora do GentleBirth, “Durante a gravidez, o cérebro está mais vulnerável a sugestões, devido à alta neuroplasticidade materna”. O problema são os inputs negativos, que percorrem da família ao médico.

“Entretanto, com o apoio, o ambiente e a condução correta da mente, ela pode ser sua maior aliada e fortalecedora, capaz de mudar a vida da mulher”, afirma Tracy. Através de um aplicativo que auxilia nos treinamentos da mente para encarar a gestação e o nascimento de uma forma completamente diferente.

O aplicativo GentleBirth além de fortalecer a mulher com um suporte mental e emocional comprovadamente benéfico, pode levar a uma experiência positiva, mesmo que não seja aquela planejada como primeira escolha,  mesmo que não tenha acontecido como foi sonhada. A técnica reúne hipnose, por meio de afirmações positivas, além de mindfulness (um tipo de meditação) e exercícios de respiração. O aplicativo inclui também hipnose para o sono e para estimular o vínculo com o bebê. Há ainda conteúdos para quem está em processo de fertilização, amamentação, volta ao trabalho, corpo positivo e retorno à vida sexual, entre outros temas, que extrapolam o nascimento. 

Mas como, a hipnose, a meditação e afirmações positivas agem?

Assim como tudo em nossa vida, existe um princípio básico: Se não acreditar, não vai funcionar. Para Tracy Donegan “a meditação mexe com a estrutura do cérebro de maneira a reduzir a dor, melhorar o foco e o humor e criar resistência emocional, adicionando mais ferramentas, dando a todas as mulheres os recursos necessários para uma experiência de gestação e parto positivas”.

É preciso, urgentemente, procurar reforço psicológico, apoio emocional e também empoderar-se para acreditar que o  corpo é capaz de parir e que os bebês, sabem nascer! Existem em conjunto com as novas descobertas, estudos realizados, que trazem as profissionais Enfermeiras Parteiras, como um escudo protetor, oferecendo vantagens significativas e menos riscos para as mulheres do que a realização de uma nova cesárea iterativa. Estas profissionais podem ajudar as famílias a terem um parto normal, pois a sua presença, inibe práticas intervencionistas não baseadas em evidências, apresentando boas práticas obstétricas, como a monitorização fetal intermitente para ausculta dos batimentos cardiofetais, auxílio não farmacológico da dor durante o trabalho de parto bem como apoio emocional, além de que elas são responsáveis também pela transferência de cuidados e comunicações com a equipe. 

Portanto, faz-se de suma importância, uma preparação mental para a gestação e principalmente para o parto, acreditar que é possível e permitir se empoderar do que já é seu! Acreditar no processo,  junto de uma equipe preparada, orientada e alinhada com os desejos de sua família, para que se tenha uma gestação saudável e feliz e que este parto seja recebido da melhor forma possível, sendo uma ferramenta de transformação social. 

“Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade.”

* Anne Caroline da Silva Santos, Enfermeira Obstétrica e Certificada GentleBirth. Anne está no Instagram @anne.caroline93

Liberta o poder que há em ti

Liberta o poder que há em ti

Como o medo impacta a relação pais-bebê

Como o medo impacta a relação pais-bebê