História da Amamentação e o Desmame
Por: Janete Pereira Lima
Existe uma crença que todas as mulheres amamentaram na antiguidade, desde as deusas da mitologia até as simples camponesas. A amamentação era simbolizada como a dedicação do amor maternal, uma graça divina. As gregas mesmos com suas escravas amamentavam seus filhos.
Com o tempo isso foi mudando, principalmente da era romana, as escravas que amamentavam as crianças romanas. Porque na visão dos homens, suas mulheres deveriam estar prontas para uma nova gravidez e para satisfação dos seus desejos sexuais. A amamentação era um empecilho para isso. Uma crença de que a relação sexual faria o leite secar ou até mesmo estragar, a mulher não poderia amamentar e ter relação sexual ao mesmo tempo.
Com o cristianismo as mulheres eram aconselhadas a deixarem seus filhos para outra mulher amamentar, assim, evitaria que seus maridos cometessem adultério. As famílias mais abastadas contratavam camponesas que por sua vez deixavam de amamentar seus próprios filhos. As senhoras da nobreza não amamentavam, pois esse ato não era bem visto pela sociedade, seus filhos eram criados e amamentados pelas camponesas, tinham uma vida simples e quando desmamados eram enviados para escolas longe de casa, sendo assim, deviam apenas respeito e tinham uma relação distante com suas genitoras.
Com a revolução industrial no século XVIII as mulheres são obrigadas a trabalharem nas fábricas, deixando mais uma vez a amamentação para trás, virando uma profissão para algumas mulheres, as chamadas “amas de leite”.
No início do século XX começa a produção de substitutos para o leite humano, a mamadeira aparece como salvador para as mulheres alimentarem seus filhos. Surgem assim alguns mitos sobre a alimentação da criança, como, não oferecer mais de seis mamadas por dia, quinze minutos por mamada, intervalos noturnos, entre outros. Mesmo assim, os profissionais de saúde continuam lembrando-se da superioridade do leite humano para a criança. O investimento de marketing é muito alto pela indústria de fórmulas infantis, mesmo afirmando que a pessoa tem poder de escolha entre amamentar ou oferecer fórmula.
Durante sua estádia nas casas de parto as mulheres são expostas a pessoas que incentivam o aleitamento e a outras que incentivam o uso de fórmulas. Mas, quando chegam a casa e se deparam com as dificuldades de amamentar, sem informações necessárias, sozinhas, elas se rendem as mamadeiras e fórmulas.
Nos anos de 1970 com o feminismo, a pílula, liberdade sexual, a amamentação, mais uma vez, entra em cheque. Hoje, a indústria está cada vez mais investindo alto nas fórmulas artificiais para tentar igualar ao leite humano. Porém, os estudos sobre aleitamento humano estão cada vez mostrando a superioridade do leite humano para a criança. Como ele pode melhorar os índices de morbi-mortalidade infantil, prevenção de doenças comuns na primeira infância, na inteligência, diminuição de obesidade infantil, diabetes.
Há benefícios para a mulher que amamenta, para a sociedade e meio ambiente. O contra-ponto está no fato de que, cada vez mais, as mulheres precisam trabalhar e o mundo do trabalho é adaptado precariamente com relação ao período de afastamento produtivo da mãe (e do pai), necessários para o atendimento das necessidades dos bebês.
A falta de apoio para o aleitamento humano, a grande pressão da indústria de fórmulas infantis, são fatores que são enfrentados por essas pessoas. A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde recomendam um aleitamento humano exclusivo até os seis meses e complementado até dois anos ou mais.
É primordial o apoio à amamentação e a informação para todos. Assim talvez consigamos enfrentar todos os desafios presentes e possamos garantir uma vida saudável para essas crianças, para a sociedade e para o meio ambiente.
A minha dica é usar o app GentleBirth, onde você encontra áudios que podem te ajudar a uma conexão profunda com sua criança na hora da amamentação, na criação de vínculo, no apego. Vou listar aqui alguns desses áudios como dicas para você e seu bebê:
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