Carla Sofia Rodrigues Vilaça*

Durante a gravidez acompanhei uma paciente (que chamarei de Maria) que tinha muito receio do parto pela dor que poderia causar e pela vergonha de poder não ter controle sobre os seus esfíncteres.

A paciente procurou os meus serviços privados de Enfermeira de Saúde Materna e Obstétrica e relatou todas as suas preocupações quando estava por volta das 18 semanas de Gravidez.

Durante a nossa primeira consulta realizada no conforto do seu domicilio (como todas as seguintes) foi importante para mim perceber de onde vinham estes receios e começamos com o que aparentemente seria uma “conversa de café“, bem informal mas muito informativa para os meus objectivos de conhecer melhor a paciente sem que esta se sentisse em um inquérito judicial.

Durante esta conversa pude perceber que a Maria tinha sido criada em um ambiente muito religioso e muito conservador. Seu pai era Sargento reformado da Marinha e sua mãe dona de casa exemplar e perfeccionista, segundo a apreciação da Maria.

A Maria era filha única e como tal foi para si sempre importante nunca desapontar os seus pais e os planos que estes sempre tiveram para o seu futuro.

Quando a Maria disse a sua Mãe que estava grávida, o seu imediato pensamento foi: “Agora a minha mãe já sabe que eu não sou mais virgem, que vergonha“ – disse a Maria.

Quando falávamos sobre a sua sexualidade antes e durante a gravidez, notei que se fez um grande silêncio e suas faces de imediato coraram como se falássemos de algo que é ilegal ou proibido. No entanto, disse-me que tinha muita vergonha do marido e que não gostava que ele estivesse presente no parto porque tinha medo que ele a visse a gritar ou a defecar. Mas ao mesmo tempo não imaginava aguentar o parto sem a sua presença.

Nesta primeira consulta, pude obter muitas informações extremamente válidas de por onde eu teria de começar a trabalhar para que esta paciente realize o seu sonho de parto na presença do seu marido e sem vergonha ou preconceitos.

Durante a segunda consulta, apresentei-lhe o aplicativo GentilBirth e expliquei-lhe o que era Mindset e como isso poderia influenciar a sua vida a cada momento e inclusive no Parto.

Após ouvirmos juntas algumas sessões de Afirmações no Aplicativo, a Maria ficou muito feliz por ter conseguido relaxar uns minutos sem ter que pensar em mais nada, só programar o seu cérebro por um par de minutos, apenas para pensar positivo e trazer energia ao seu corpo.

A Maria quis de imediato baixar o aplicativo e começou a realizar todos os dias antes de dormir e depois de acordar o seu Ritual de Mindset. O marido (que chamarei de Manuel) ficou também curioso para saber o que a esposa ouvia, passou a fazer parte do Ritual familiar.

O tempo foi passando e as 39 semanas de gravidez a Maria entra em trabalho de parto, parecia uma outra mulher, tranquila, concentrada no seu corpo, a ouvir o aplicativo GentleBirth da primeira fase de trabalho de parto e aguardou em casa o máximo que conseguiu e, quando chegou ao hospital, estava com 9 cm de dilatação no plano 0 de De Lee. De imediato entrou na banheira de parto com uma mistura de óleos essenciais e relaxou num transe de “partolandia“ típico da fase antes do período expulsivo.

Depois de duas horas nascia a Linda Rosa, que surgiu da água para os braços das sua mãe num momento mágico onde a Maria, o Manuel e a Linda Rosa se fundiram num só.

Apesar desta magia ainda me disponibilizaram um olhar de alegria e realização como que a dizer: “Conseguimos!“.

Esta fantástica história de parto foi uma de muitas famílias as quais eu apresentei o Mindset e obtiveram resultados maravilhosos.

Cada história destas apenas reforça a ideia de Budha:

“Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo.“