Texto Premiado no Desafio GentleBirth
O texto abaixo foi vencedor do Desafio GB que premiou o melhor texto com uma bolsa integral na Formação GentleBirth. Rebeca Pedro* vivenciou duas experiências de nascimento para compreender o quanto a preparação mental é importante para a realização de um parto positivo. É sobre isso que ela escreve, sobre a jornada única de aprendizagem de cada uma de nós. Seu relato conquistou todas por aqui. Desejamos que a aprendizagem dela seja um campo fértil para a aprendizagem de outras mulheres. Boa leitura!
Uma jovem gestante, totalmente sem experiência, sem nenhum conhecimento, com uma bagagem de informações sobre o parto em sua memória, muito negativas e traumáticas, com uma visão que muitas mulheres ainda têm sobre o sistema obstétrico, achava que seu parto tinha que ser como o sistema lhe dissesse que deveria ser.
Tinha muitos medos e insegurança, pois as memórias sobre parto que tinha eram de violências, de incapacidade, de sofrimento, onde acreditava que seu o evento parto deveria ser um sofrimento ou uma cirurgia.
Com 37 semanas, passou pela experiência que já imaginava que passaria, pois passou a gestação toda com essa mentalização.
Foi uma cirurgia totalmente desnecessária, onde a única coisa que lhe foi informada era que sua filha estava sofrendo e que no dia seguinte ela nasceria pela cesariana. Ficou a noite toda sendo constantemente monitorada, e cada batimentos que ouvia era um medo a mais de algo acontecer e perder sua filha.
Ela nasceu e o tempo passou, após oito anos essa jovem, agora mulher, engravidou, e seu coração a dizia que seria possível viver outra experiência de nascimento, onde ela foi em busca incansavelmente.
Estudou, se preparou, porém, a parte mais importante não fez: não preparou sua mente, não renovou os caminhos da sua mente, não se fortaleceu para o momento do parto e, quando o grande dia chegou, ela não pode ter por perto nem o seu acompanhante, nem a sua doula – por restrições mundiais, não estava sendo permitido.
Estava tudo evoluindo bem, quando, chegando na maternidade, precisou fazer a monitoração. Nesse momento sua caixinha de memória abriu e reviveu tudo. Já não entendia que quem estava em seu ventre era outro bebê e não sua filha primogênita. O medo tomou conta, achava que sua filha estava novamente em seu ventre, como se o tempo tivesse voltado e, a partir daí, suas dores e medos não a permitiram continuar, e ela, num ato de desespero, implorou para que tirassem seu bebê do ventre, com medo de algo acontecer a ele.
E assim foi feito.
Após tudo isso, ela entendeu o quão importante seria para ela se estivesse preparado a mente para o parto, como faz toda diferença, que não basta apenas o conhecimento sobre fisiologia, mas conhecer o que se passa na mente, e prepará-la.
Hoje essa mulher apoia mulheres e quer cada vez mais se aperfeiçoar, podendo ajudá-las a estar prontas para esse evento tão importante, seguras, e com a mente preparada para ter uma linda e marcante experiência!
Essa mulher sou eu!